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Reflexões sobre o processo artístico antes da pandemia (2019), durante um grande isolamento (2020) e em uma nova relação com a cidade (2021)

DEAMBULAR NA PANDEMIA / DEAMBULAR EN LA PANDEMIA

Em abril de 2021, o Radar 1 iniciou suas atividades no Encontro de Investigação em Artes Cênicas "Deambular na pandemia" junto a dois outros grupos de pesquisas: "Fascia" (Instituición Universitaria Bellas Artes y Ciencias de Bolívar - Colômbia) e "MAT - Movimiento, Arte e Territorio" (Universidad del Atlántico - Colômbia).

Durante abril e maio foram feitos laboratórios pela cidade, a partir de deambulações e de conceitos que perpassam os interesses dos três grupos (sejam questões sonoras, relação com aspectos físicos, sociais ou sensíveis da cidade).

APROFUNDAMENTOS

Entre os meses de junho, julho e agosto o grupo continuou suas pesquisas teóricas e práticas sobre improvisação, tendo em vista também que participantes ativas estavam em escrita de trabalhos como o de conclusão de curso e também relatórios de iniciação científica. As práticas e discussões textuais alimentavam tanto as pesquisas individuais de cada participante, como também auxiliaram para o entendimento de novos conhecimentos e conceitos conhecidos no encontro "Deambular na pandemia".

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA
IMPROVISAÇÃO, RUA, FEMINISMO

De setembro a dezembro o Radar 1 esteve imerso em um novo processo que contou com a chegada da pesquisadora Roberta Ramos Marques. Após experimentos, leituras, discussões e compartilhamentos artísticos, no dia 09 de dezembro a mostra aberta "Processos entre ruas, lutas e improvisação" compartilhou as performances artísticas em desenvolvimento ao longo desses meses, além de estabelecer uma conversa final sobre conceitos, procedimentos e experiências vivenciadas ao longo desse intercâmbio entre o Radar 1 e a pesquisadora Roberta Marques.

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2019 - 2020 -2021

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2019

INÍCIO DO ANO

O Radar 1 voltava do recesso e fomos almoçar juntos no Bairro do Castelo Branco, próximo à Universidade, pra decidir o foco dos trabalhos para esse novo ano, falamos sobre possibilidades de ficar nos experimentos, focar em composição... e ficamos de procurar e levantar lugares. Porto do Capim foi uma sugestão forte!

EM BUSCA DE LUGAR

Começamos a nos encontrar no Centro Histórico da cidade, especificamente na comunidade Porto do Capim, ainda buscando diálogos e motivos para permanecer de forma mais precisa.

O ENCONTRO COM O NAC

Um outro lugar, além do Porto do Capim, foi o NAC! A partir disso e de algumas correntes não tão favoráveis para nossa permanência no Porto do Capim...fomos visitar o NAC e começar os primeiros diálogos, com o espaço institucional, com o lugar físico e seu entorno, com suas pessoas e histórias. Logo a demanda da residência artística começou a surgir como possibilidade muito real.

VENDO OS VENTOS PARA MOSTRAR A PELE

Em processo de visitas semanais, o lugar começou a tomar familiaridade, as pessoas em volta passavam a ser mais conhecidas, os comércios do entorno se tornavam opções para nossa sobrevivência por lá. Assim, os dias de visita começaram a se ampliar durante a semana. O cuidado com o lugar, os almoços, a limpeza, dormidas, jantares, conversas apareciam entre criações artísticas dançantes. E os ventos vindos das varandas do casarão sopravam a composição: Vendo os ventos para mostrar a pele. Nessa demanda, a composição ganhou formato de apresentação e ficamos em temporada durante o mês de setembro com 7 apresentações no total.

2020

INÍCIO DO ANO

Após um ano de uma produção intensa e profunda no NAC... o Radar 1 precisava encontrar novos motivos e novos lugares para saber quais as demandas para esse novo ano: 2020.

A PANDEMIA E A RUPTURA COM A CIDADE

E logo a pandemia nos tira o que mais tínhamos certeza que era fixo: nossa relação com os diferentes lugares e ruas da cidade! E agora?

NOVOS MODOS DE OPERAR

Com a pandemia, todos precisavam permanecer em suas casas, por gozar do privilégio de ter um lar. Mas e nossos trabalhos? Como operar sem encontros presenciais e sem sair do próprio lugar? A partir de encontros com as câmeras que se tornavam nós mesmos, investigamos novos modos de operar com os lugares, agora os lugares-casa, nossas casas viraram de fato residências artísticas. Mas a casa vai além da residência artística, também era nosso aconchego, nossa prisão, nossa sala de aula, nosso lugar de lazer, nosso tudo. Perceber novas versões dessa casa foi a chave para operar na pandemia.

RADAR ATIVO EM CASA

A partir disso, o Radar 1 começou a semanalmente conseguir se encontrar, debater textos, incluir a pandemia no nosso processo artístico. Permanecer ativo em casa era resistência, era sobrevivência! A dança que servia como cura e como investigação artística permeava as semanas, atreladas às novas perspectivas: câmera, imagens, fotografias, áudios, sons e muitos lugares diferentes juntos em um só web-espaço.

VESTÍGIOS PANDÊMICOS NO RADAR 1

Durante o ano de 2020 o Radar 1 – grupo de improvisação em dança esteve praticando uma nova configuração de encontros, assim como muitos outros grupos que se encontravam presencialmente por conta da situação de isolamento social devido à pandemia causada pelo Covid-19. Porém, em nosso caso, foi como um grande impasse, já que os nossos encontros estiveram sempre atrelados à exploração da rua e o envolvimento dos espaços públicos da cidade. Podemos considerar que produzimos cacos, pedaços, vestígios de poesias possíveis que foram de extrema importância para uma transformação profunda durante as experiências que vivemos nesse ano de transição. Estivemos em princípio conversando sobre as condições de cada um e como o estudo da improvisação podia se tornar novamente uma continuidade, mesmo que estivéssemos em nossas casas. Os primeiros encontros, já que a maioria dos integrantes tinham muitas dificuldades com os aparatos tecnológicos necessários para a conexão efetiva, se deram via whatsapp. Se tratavam de algumas instruções de áudios e compartilhamento de sensações que poderíamos registrar com imagens borradas, imagens em movimentos, imagens que não necessariamente apresentavam com nitidez a própria imagem, mas sim, o estado corporal em que os integrantes se encontravam naquele momento. Começamos a recorrer a aberturas que as casas apresentavam, as janelas, as telhas as gretas, onde vinham pistas para olhar o céu, para espiar a rua, para ouvir e considerar a casa inserida num determinado contexto.

2021

INÍCIO DO ANO

Sobrevivemos à 2020, mas chega 2021.... e agora? Permanecemos em casa, continuando nossos processos. Mas o que nos espera nesse novo contexto, ainda pandêmico, mas com novos modos de operar latentes nos corpos do grupo.

RETOMANDO AS ATIVIDADES

Durante o mês de março o grupo continuou se encontrando de forma remota, dentro de suas casas. Houveram momentos de investigações teórico-práticas sobre improvisação, aprofundamento em tiros de improvisação coletivos e individuais e também organização do nosso calendário e previsões dos eventos possíveis para este ano.

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